Análise: Fatal Fury Battle Archives vol.1 e vol.2

Games: Fatal Fury Battle Archives vol. 1 e vol.2
Plataforma:  Playstation 2
Gênero:  Luta
Ano: 2007
Produtora: Playmore/SNK

Pra quem não sabe, a série Fatal Fury foi um dos carros chefes da finada SNK e vem sendo mantida na geladeira desde que a Playmore comprou os direitos sobre o catálogo da SNK. Há algum tempo atrás, em vez de investir nas franquias, a Playmore resolveu lançar uma caralhada de coletâneas, estas são duas delas.

Vol. 1

Fatal Fury: É um clássico, mas é bem meia-boca também, são apenas 3 personagens selecionáveis (Terry, Andy e Joe) e outros 8 somente controlados pela CPU , a jogabilidade é bem boqueta e as fases de bonus são ótimas para causar te causar uma bela tendinite, trata-se de uma queda de braço contra o Hulk Hogan (depois vem outros dois manés) ,onde se deve apertar o botão o mais rápido possível para vencer, o “Test Your Might” de MK1 é coisa de criança perto disso.

Se esse aí não é o Hulk Hogan, eu não sei quem é.

Se esse aí não é o Hulk Hogan, eu não sei quem é.

Apesar das bizarrices, este jogo tem uma coisa bem legal, dá pra jogar em dois contra o computador, mas mesmo isso tem suas desvantagens, após cada luta os jogadores são obrigados a jogar um contra o outro, o que torna uma a partida bem chata se a intenção for socar a CPU e não tirar contras, fora isso, não dá pra jogar em dois contra Geese Howard, em outras palavras você apela durante o jogo todo e quando a coisa fica feia, tem que se virar sozinho. Sinceramente, duvido que você consiga jogar esse jogo por uma hora sequer.

Então o Dramatic Battle no Street Zero foi novidade? Sei...

Fatal Fury 2 é provavavelmente o jogo mais inútil aqui, não que seja um jogo ruim, pelo contrário, mas considerando que nesse pacote tem o FF Special, que além de contar com todos os personagens selecionáveis de FF2 (Terry, Andy, Joe, Mai, Kim, Jubei, Cheng Sinzan e Big Bear), ainda conta com os 4 chefes (Billy Kane (o cara do pau), Axel Hawk (o George Foreman Grill depois da gripe), Laurence Blood (o toureiro afeminado (eu nunca vi um  que fosse macho)) e Wolfgang Krauser (o que se veste de cavaleiro de ouro), e também os ressucitados Tung Fu Rue, Duck King e Geese Howard (esse literalmente) de Fatal Fury 1, além disso tem o Ryo Sakazaki, que faz uma participação especial. Tem como perder tempo com o FF2?

Meu inglês é uma merda ou esses caras são analfabetos? Pra mim “CONQUER” tinha um ‘U’.

Meu inglês é uma merda ou esses caras são analfabetos? Pra mim “CONQUER” tinha um ‘U’.

Para enfrentar Ryo Sakazaki basta terminar o jogo sem perder nenhum round, mas pode usar continues ou seja, se você perder um round, perca a luta e tente de novo. Depois de vencê-lo, ele fica disponível (pode ser que isso aconteça antes mesmo de enfrentá-lo, não entendi direito como funciona isso) para jogar versus.

Arremesso mais foda do que esse, só o pilão do Zangief.

Fatal Fury 3: Aqui os caras deixam de ser vagabundos e fizeram um jogo totalmente novo, nada de reaproveitar sprites, músicas ou cenários, fora isso são 8 personagens novos aqui: Hon Fu, Bob Wilson, Blue Mary, Sokaku Mochizuki, Franco Bash, Yamazaki, Jin Chonshu e Jin Chonrei. Tudo aqui é novo, principalmente o sistema de jogo com o cenário dividido em 3 planos e algumas frescuras, como poder jogar jogar o adversário pra fora do cenário ou em algum objeto dele.

Hum, já vi isso em algum lugar...

Ah tá, lembrei!

Com isso chegamos ao final do primeiro disco e dizendo tudo que ele tem! “Como assim, tudo o que ele tem?” Você poderia perguntar, mas essa é a verdade, quem já teve um Neo Geo ou joga nos Neo Ragex da vida sabe que a maioria dos jogos do console não tinha muitas opções, modo versus era coisa raríssima e outras mamatas como jogar com chefes e afins, quase nunca rolava. Pois é aí que a Playmore cagou, sentou em cima e esfregou a bunda na parede do banheiro. A Takara é quem convertia a maioria dos jogos de Neo Geo para Snes e se esforçava pra compensar as limitações do console colocando opções diferentes como Time Attack e Team Battle que não faziam tanta diferença mas aumentavam um pouco a diversão, Fatal Fury dava a possibildade de selecionar todos os personagens, FF2 tinha um código para liberar os chefes e em FFS também era possível escolher Ryo no modo versus. Nada disso era possível no Neo Geo, e nessa compilação, o Ryo em FFS, a possibilidade de poder escolher entre a trilha Original ou Arrange e o maravilhoso Super Foderfucker Color Edit  são todos os “extras” disponíveis. Art Gallery, que é isso?

VOL.2

Partindo para o segundo disco, é nesse que estão os jogos da série Real Bout, é aqui que você vai perder algumas horas se realmente gosta de descer a mão na orelha de alguém.

Não disse que esse agarrão é foda? Só ele joga o peão de tão longe pra fora do ring.

Real Bout Fatal Fury é o favorito da série entre a maioria dos jogadores, os 3 planos de FF3 são mantidos, assim como os sprites e músicas de todos os personagens, Kim, Duck King e Billy Kane estão de volta, os cenários são apenas 5 (vagabundice da porra, principalmente considerando o nível de detalhes de alguns) e também tem o Out of Bounds, que é a mesma coisa Ring Out de  Virtua Fighter e Soul Edge, ou seja: caiu de um dos lados da tela, perdeu!

Tu vai ter que comer muito feijão pra fazer um desses.

Vai ter que comer muito feijão pra fazer um desses.

Real Bout Fatal Fury Special é para mim, de longe, o melhor jogo da série, só não digo que gastei uma fortuna com fichas nele porque a ficha no buteco perto de casa era R$0,10 . Os gráficos são coloridos e bem definidos, os cenários são usados normalmente por 2 ou 3 personagens, mas são 9 e todos muito bem feitos, a trilha sonora mantém o padrão da SNK e o sistema de combos é forerasso master. Nesse jogo, Geese Howard é secreto  e extremamentesupermasterfodaapelão, O cara bate muito mesmo. Para enfrentá-lo, o esquema é parecido com o do Ryo, derrotar Krauser sem perder nenhum round, mas com Ranking igual ou superior a Master Fighter, em outras palavras, baixe o cacete em todo mundo e aí o Geese vai aparecer e baixar o cacete em VOCÊ.

Como aproveitar um personagem com golpes legais, porém sem carisma algum?

Simples, transforme-o em uma gostosa.

Real Bout 2 é uma tentativa de melhorar RBS, os cenários variam entre um ou dois planos e estão entre os mais bonitos de toda a saga, há personagens novos, e embora só Xiangfei tenha sido efetivamente utilizada em outros jogos, os outros personagens (Alfred e Rick Strowd) também são interessantes, no entanto o sistema de combos é completamente falho, uma grande involução em relação ao anterior, o que prejudica muito a jogabilidade.

Apesar de todas as cagadas, no Vol. 2 os caras trabalharam pelo menos um pouquinho, os três jogos tem Training Mode e Command List, além da possibilidade de escolher a trilha sonora e editar as cores dos personagens, como no vol. 1, além disso há pelo menos uma coisa que se pode chamar de extra: em Real Bout 2 é possível escolher Alfred, no Neo Geo era possível apenas enfrentá-lo e o procedimento é mais complicado do que o do Geese, pois é necessário finalizar mais da metade das lutas com um especial ou espcial fudidão.

Finalizando, a Playmore perdeu a grande chance de fazer uma grandiosa coletânea (sim, UMA coletânea, já que cada um dos DVDs tem cerca de 2GB e esses jogos caberiam todos num único disco) com grandes jogos da SNK. Onde já se viu, em pleno século 21, jogos de luta sem nem uma porra de um modo versus? Não aprenderam nada com o excelente Real Bout Dominated Mind, para Playstation, que apesar de ter pouco a ver com a versão arcade, era um excelente jogo, com vários extras para compensar as deficiências 2D do console.

Pra completar, Fatal Fury Wild Ambition (que saiu para Hyper Neo Geo 64 e PS1), Fatal Fury First Contact (Neo Geo Pocket) e o já citado Real Bout Dominated Mind (PS1) também foram ignorados pela Playmore. Não terem incluido Garou: The Mark of The Wolves seria quase perdoável, pois este chegou a ser lançado no Japão para PS2, mas considerando que mesmo os KOFs lançados para o console foram incluídos nas coletâneas, não há desculpas. Enfim, essas coletâneas para PS2 são um grande incentivo aos emuladores. Viva o MAME!

Curiosidades:

  • Fatal Fury 3 foi o primeiro a dar notas para cada uma das suas partidas, a mais baixa é D e a mais alta AAA, na série Real Bout a nota mais baixa é C e a mais alta é SSS. Em Garou: Mark of the Wolves, tem uma nota acima de SSS, o “miracle”.
  • Nos arcades a série tem 9 jogos, porém só 5 fazem parte da história e Geese Howard “morre” em 3 deles. Mesmo depois de Garou, ainda existem dúvidas sobre a morte do maldito.
  • Oficialmente, o primeiro torneio The King Of Fighters acontece no primeiro Fatal Fury, o KOF’94 é apenas o primeiro a ser disputado entre equipes.

11 Responses to Análise: Fatal Fury Battle Archives vol.1 e vol.2

  1. Matt says:

    Ismar, seja bem vindo ao FTW, e parabéns pela bela estréia no blog! A matéria ficou muito legal.

    A Playmore realmente é mestre em reciclagem, conseguiu destruir uma série fantástica, KoF, e fez muita cagada, mas pelo menos sairam coisas como Rage of the Dragons e Matrimelee…

    Ah sim, também curto muito o Real Bout 1 … fiz até um video-comedia com os “Out of Bounds” http://www.youtube.com/watch?v=25ewTQ5yRm8

    Continue com os posts de qualidade!

  2. Avatar says:

    análise caprichada essa! falou várias verdades ai, não conhecia esse blog ainda, estão de parabéns!

  3. Cosmão says:

    Que beleza de matéria Ismar, parabéns pela estréia e continue assim.
    Não conhecia essas coletâneas e até deu vontade de ir atrá delas.

  4. jdarshcosta says:

    Gesse Howard, o mais imortal dentre os imortais!! hehehe

  5. colimar says:

    Boa boa, depois de ver como ficaram essas coletâneas, as do kof e do samurai shodown podemos mesmo afirmar que esses lançamentos fortalecem os emuladores já que a única novidade que esses jogos tem mesmo é o jogo online e isso não serve pra nós pelo videogame, coisa que o mame faz há muito tempo. Eles pegam a fazem o jogo todo com os mesmos menus e opções, pode ser legal pra manter uma unidade mas do jeito que tão fazendo é preguiça pura

  6. Max Carnage says:

    Parabens Ismar, ótima estréia aqui no FTW

  7. Cpt.Guapo says:

    Peralá: Rick Strowd sem carisma nenhum? O negócio é que os japas tem a tendencia de criar taras e por isso botaram a Vanessa…Um personagem do caralho, é verdade, mas o Rick (com o qual joguei bem depois de jogar kof99) é bem melhor…

    • Smarnoff says:

      Como eu disse, o Rick realmente é um personagem interessante, mas eu cheguei a jogar bastante os três Real Bout no fliperama e quase ninguém jogava com ele, ao contrário da Vanessa em todos os KoF em que ela aparece. Aliás, o que tem a ver o KoF’99? Ela só apareceu no 2000.

  8. André Leonardo says:

    Boa análise cara.
    Realmente esses vagabundos da playmore, só fazem viver das cinzas da Snk, espero mesmo que eles comecem a produzir games originais decentes e não relançamentos meia boca de clássicos do passado.

  9. Na verdade o primeiro king of fighters aconteceu no art of fighter que acontece mais de 10 anos antes na cronologia da historia

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